Falar de relacionamento entre pais e filhos, em geral, não é um tema fácil. De tudo que já li e vivenciei com os adolescentes que trabalho, posso dizer que existe alguns “tipos” de pais. Temos os pais tradicionais, que são aqueles que se colocam em posição de autoridade, detentores do poder, e não abrem mão disso. Temos os pais amigos, aqueles que sempre conversam com seus filhos, e por vezes até usam gírias. Não é raro encontrar pais mais legais que os próprios filhos. E existe os pais ausentes, que delegam à terceiros a criação e educação dos seus filhos. Se você se reconheceu em algum deles, ótimo! Isso mostra que você sabe qual papel está desempenhando na criação do seu filho. Mas, também pode ser que o tipo que você se identifica, não seja o mesmo que seu filho te enquadraria. Confuso? Deixe-me explicar! Por diversos fatores temos duas imagens de parentalidade: a ideal - visão romântica, tipo comercial de margarina, onde temos que atingir a perfeição; e a autoimagem - que na maioria das vezes é deturpada e não condiz com a realidade. Sabe aquela frase “expectativa versus realidade?”. Quando nos reconhecemos em apenas um tipo de pai ou mãe, nos rotulamos e reforçamos apenas as características presentes naquele tipo. E esquecemos que a vida é feita de situações. Não podemos perseguir o modelo ideal, pois o próprio nome já diz: ideia está no imaginário e nas projeções que fazemos. A realidade é outra coisa. O processo de educar nos faz passar pelos os três tipos, em alguma situação você terá que ser mais rígido, em outras mais amigo(a), ou maleável. Quem não se culpa por trabalhar demais, por muitas vezes sacrificar o tempo que teria com seus filhos para poder assegurar o sustento? Ou mesmo ausentar-se para simplesmente recarregar as baterias. Os três tipos de pais podem ser negativos, se analisados separadamente. Mas juntos eles tornam a relação com os filhos mais leve. Então, aprenda a dosar.


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