Duvido que você não tenha lido ou visto algo sobre isso por aí, nos últimos tempos. O termo está sendo usado em todos os cantos e sempre associado a sentir-se melhor. Eu acho lindo, mas... como tudo que ganha visibilidade, essa palavra também perdeu um pouco do seu sentido, já que “quem conta um conto, aumenta um ponto”. E já que é assim, eu vou colocar aqui o MEU “ponto de vista" sobre amor próprio para que possamos pensar um pouquinho nesse sentimento e sua prática diária.

 

Vejo milhares de memes por aí dizendo que “tenho que me colocar em primeiro, segundo e terceiro lugar e só depois, pensar no outro.”

 

Desculpe, mas isso não tem NADA a ver com amor próprio, mas com egoísmo!

 

Ninguém precisa sair por aí maltratando e excluindo as pessoas para que provem que se amam, pelo contrário: quando você SE ama, se aceita, se respeita, se satisfaz, quando você está REALMENTE de bem com você, você não tem problema em amar, respeitar e cuidar dos outros também. Aliás, o que dá mais sentido à vida, são as conexões que fazemos nela. Já parou pra pensar que nós somos interdependentes, que ninguém é capaz de viver sozinho, sem nenhum tipo de conexão?

 

Às vezes, é uma delícia, mesmo, ficar sozinha, se curtir, aproveitar o seu tempo como você bem entende, mas até para isso, provavelmente, você precisou, em algum grau, de outras pessoas para ter o seu espaço.

 

A luz, a água, a comida, os móveis, as roupas e várias outras coisas que usamos no dia a dia são construídas por outras pessoas. Ninguém é capaz de fazer tudo sozinho. Mesmo que você pague por isso, ainda assim, foi outra pessoa quem fez. Concorda?

 

Amor próprio não tem nada a ver com mostrar para as pessoas que você está bem; tem a ver com você se sentir bem para você, porque quando a gente se ama, o que os outros pensam de nós: é problema deles. Mas, novamente, sem exageros, porque a opinião de pessoas queridas, faz diferença sim. Não precisa ser uma opinião decisiva, mas que tem grande peso, não dá pra negar!

 

Não dá pra viver sendo indiferente ao que acontece à nossa volta. Isso se chama apatia, que está bem longe do sentimento de amor.

 
Você não precisa deixar de ser amorosa, agradável, cuidadosa com os outros para poder se amar.
 

Eu não acredito que seja possível sobreviver sem amor próprio!

 

O fato de você cuidar de você, se alimentar, ser higiênica, se preocupar em ter uma vida melhor, mesmo que seja colocando a sua família em primeiro lugar, também é um ato de amor próprio, inclusive, porque você faz isso para manter um desejo que é seu: uma família feliz, unida e com uma vida confortável.

 

O que precisamos olhar é o que faz sentido para nós. Pensar no motivo de nos colocarmos em determinadas situações que nos exigem e nos fazem mal. Colocar na balança e pensar se aquilo compensa.

 

Você pode até achar que não, mas nos movimentamos por desejos pessoais, que cada um faz por si, e não para simplesmente agradar o outro. Você faz para ter algum tipo de ganho, como reconhecimento, paz, aceitação, aprovação, entre outras coisas que podem ser pensadas e discutidas num processo terapêutico.

 

Quando você faz uma coisa pelo outro esperando algo em troca, é você quem acredita que o outro tenha obrigação de fazer algo por você. Além de deixar de SE dar amor, você ainda ANULA a outra pessoa, já que não considera os motivos dela em reconhecer ou não, ou achar o que você faz importante pra ela ou não! Não estou dizendo que você tem que fazer tudo pelo outro e não esperar nada. Quero dizer que ninguém tem a obrigação de agir como a gente espera. Assim como você não tem a obrigação de ficar em um lugar em que se sente desvalorizada, sem reconhecimento e sem reciprocidade.

 

Eu sou adepta às conversas e conexões honestas, transparentes e sinceras. Mas você também não precisa sair por aí falando tudo o que pensa para os outros, tá?

 

Essa conversa honesta tem que acontecer primeiro com você mesma, depois você poderá administrar as conversas com os outros por aí.

 

Tenho MUITOS casos de mulheres que reconhecem as suas relações como abusivas durante a terapia, por exemplo, e quando acontece, saem correndo pra contar para o parceiro ou parceira, que ele(a) está sendo abusivo(a), sem nem parar pra pensar em todo o contexto e, muito menos, antes de digerir e analisar a ideia. E para completar, ainda falam: “não vou mais aceitar isso, tá?”, como se essa fala fosse fazer a outra pessoa e ela mesma mudar de comportamento, da noite para o dia.

 

Um relacionamento não é abusivo sem razão. Isso acontece por várias dinâmicas, costumes, a junção de hábitos, experiências e expectativas das partes envolvidas. Eu não defendo relacionamento abusivo nem de longe, então, calma que nem tudo é tão simples assim.

 

Mas o amor próprio é!

 
Se você se observar, se relacionar com você mesma, se estudar, se aceitar, se compreender, ele se fortalecerá em sua vida, sem você nem perceber, e sem precisar ser arisca, grosseira, indiferente e desprezível com os outros.
 

Até porque, amor não combina com violência, né?

 

Esse papo de amor próprio, é para vida toda e esse é só um ponto de vista meu. Agora me conta aqui: o que é amor próprio para você?

 

Vamos juntas!

Giulianna Ruiz

Psicologia | Coaching | Desenvolvimento Emocional para Mulheres

Atendimento Online


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