Assédio Moral. Como colocar o assediador no seu devido lugar.
Alguns profissionais confundem o real sentido de assédio moral. O tema não é apenas uma repreensão que passou dos limites ou um ataque de arrogância do chefe
Para ser caracterizado assédio moral, é fundamental que a ofensa não tenha sido uma situação isolada. O agressor expõe a vítima a episódios vexatórios e constantes, fazendo com que se sinta intimidada. Não há um perfil comportamental estabelecido que determine quem possa sofrer o assédio moral. Portanto, todos podem ser vítimas.
Normalmente o assédio moral acontece nos seguintes modelos:
- Ascendente (quando subordinados se associam para excluir o superior hierárquico);
- Descendente (quando parte do superior hierárquico para o subordinado);
- Paritário (quando um grupo assedia um integrante do grupo).
A espécie de assédio moral mais comum nas empresas é o do tipo descendente. Nesse caso, o ofensor se empenha em desvalorizar o subordinado. A série de humilhações sofridas pela vítima germina o desequilíbrio emocional, uma vez que constrange a autoestima do indivíduo.
O assediador
Geralmente é uma pessoa opressora que no desempenho de suas atribuições sente-se no poder de coagir e intimidar.
Os assediadores precisam se sentir respeitados e temidos. Eles apreciam cometer as atrocidades na frente de outros e a vítima se sente ainda mais humilhada. Para os que assistem ao “espetáculo”, ficam amedrontados em apoiar à vítima por receio de também sofrer retaliações.
Diversos motivos podem ocasionar a um indivíduo agir desta forma tão cruel: Insegurança, frustração, antipatia, inveja, desejo de demitir a vítima e até mesmo perversão.
O agressor é um manipulador, gosta de intimidar e ainda se sente mais fortalecido quando o assediado não tem apoio dos demais e principalmente quando não reage.
A Vítima
O medo de perder o emprego contribui para a vítima “aguentar” e a se sujeitar as humilhações.
Cada um tem o seu motivo para reter o emprego. Uns devido às circunstâncias externas (prestação de carro ou moradia, sustento da família, carreira, pagamento de estudos, mercado de trabalho muito retraído). Outros pelas circunstâncias internas. Elas ocorrem pelas crenças que estão enraizadas na mente. Essas crenças estão envolvidas com as experiências negativas do indivíduo. Algumas pessoas possuem discursos sobre o trabalho que se não forem bem interpretados podem mais atrapalhar do que ajudar. Como exemplo a tradicional frase: Trabalho é assim mesmo ou manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Óbvio que é o chefe é quem determina e direciona, mas isso não dar o direito de ter atitudes antiéticas. Ninguém pode realizar um trabalho com qualidade quando se sente ameaçado, amedrontado e ansioso.
Para quem vivencia frequentemente o temor, por um médio ou longo período, é comum sofrer de falta de ar, insônia, tremor e cansaço. O mais grave é ter sérias consequências na vida pessoal desenvolvendo um transtorno psicológico (como a síndrome do pânico, ansiedade, depressão).
É interessante quem está passando por este desafio e percebe que a situação está impactando no seu emocional ou na sua saúde, busque ajuda psicológica.
Como agir
Lidar com o assédio moral, é uma questão muito delicada, já que o que está em jogo é o seu emprego.
Quando se sentir rebaixado, encontre uma forma de mostrar para o agressor que não aceita esse tipo de conduta, que não gostou da atitude dele. Digo, que não é para xingá-lo ou dar socos na sua mesa, pode ser com um simples olhar de reprovação. Uma estratégia, que já deu certo, é tentar conversar com o assediador. Mas antes dessa atitude, busque embasamento, pois ele pode tentar reverter alegando que você é descompensado (a), incompetente, muito sensível a críticas construtivas e poderá tentar te intimidar mais ainda. Não se amedronte e faça as seguintes reflexões:
A- Quando iniciou a situação (dia, mês)? A primeira, a última a mais marcante?
B- Como começou (que motivo gerou isso)?
C- O que ele fez? E o que continua fazendo?
D- Como você reagiu perante aos desconfortos. O que gostaria de ter feito e não fez?
E- Tente se lembrar ao máximo de todas as humilhações.
F- Já passou por esse tormento antes? Caso sim, como foi? (Esse item vale apenas para a sua reflexão).
Caso prefira, anote tudo isso para construir a sua defesa. Provavelmente você já deve saber como ele age. Tente pensar nos esclarecimentos em que ele possa usar e se tem facilidade para argumentar a favor dele. Pense em tudo em que ele possa alegar. Normalmente, esses indivíduos têm um perfil para agir e para se expressar. Por exemplo: Eu tive um chefe, que quando os funcionários reivindicavam as humilhações e a falta de respeito, o discurso era o seguinte:
- Para quem não havia completado o ensino superior (3º grau):
- Você não consegue entender o que eu digo é porque não estudou, não tem nível superior.
- Para quem possuía nível superior:
- Eu fico impressionado com você, que tem nível superior e não consegue compreender o que estou dizendo.
Agora voltando ao seu caso, converse seriamente, mostre que é um profissional, que não aceita ofensas e exige respeito. Não se amedronte, ele é um despreparado que quer fazer graça as suas custas para compensar as frustrações. O importante é não se enfraquecer. Se não há risco dele te agredir fisicamente enfrente, pois você só pode obter três resultados:
1)Continuar aceitando calado sofrendo e adoecer;
2)Enfrentar e acabar com o seu sofrimento e resolver a situação;
3)Enfrentar, não ser compreendido e ser demitido.
O sucesso também depende muito de fatores:
-Sua postura na empresa. Analise sua conduta, se você tem seguido as regras da organização, se você já perdeu o controle com tudo isso, se ele tem razão com as reclamações ou parte delas (sendo que isso não dá o direito do assédio). Essa análise é apenas para você criar os seus meios de defesa. O correto é: Funcionário improdutivo deve ser orientado e treinado. Caso não melhore deve ser substituído.
-Cultura da organização. É comum esse tipo de situação? A empresa é permissiva a isso? Há organizações que os superiores do mais alto escalão compactuam com isso, e nesse caso, nem o RH conseguirá ajudar. Caso a empresa estimule essas ações inescrupulosas, há a possibilidade de você não conseguir atingir o resultado esperado (continuar trabalhando e seguir em paz com todos). A sua decisão em agir parte da sua responsabilidade consigo mesmo. É bom fazer as seguintes reflexões:
-Eu posso enfrentar isso tudo sem nenhum dano emocional ou na minha saúde?
-Estou aguentando ser ridicularizado?
-Há uma maneira de evitar essa situação?
-O que realmente importa para mim? O que estou passando vale a pena?
-Possuo alguma estratégia para amenizar o sofrimento?
-Há alguém na companhia que possa me ajudar?
-Estou sozinho nessa ou outro colega também está sofrendo?
Lembre-se. Não há mal que seja eterno e FORÇA!
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