Medo e ansiedade em tempos de pandemia. Como lidar?

 

Sabemos que o isolamento nesse momento é necessário e o principal objetivo é a preservação da saúde física de todos, porém fica a pergunta:  Qual será o impacto que essa imposição terá na saúde mental da população?

Me parece que vamos sofrer na pele o choque dessa quarentena do ponto de vista emocional.

O estresse pós traumático é estudado em várias universidades pelo mundo mostrando o impacto das respostas psicossociais diante de acontecimentos como o que está ocorrendo hoje no globo.

Mas uma coisa precisa ser dita, todos nós precisamos aprender a lidar com nossas emoções. Momentos de tensão exige inteligência emocional principalmente em períodos como esse que estamos vivendo. Saber lidar com sentimentos como o medo, ansiedade, angústia e preocupação é a chave que abre as portas da possibilidade do controle das nossas emoções.

Será que é possível ter inteligência emocional em momentos de crise?

Eu respondo que sim, é possível! Porem eu percebo que existe muita desinformação quando o assunto é saúde mental. Muitas pessoas não buscam tratamento por preconceito relacionando-o com suas crenças equivocadas de que terapia é para quem está louco.

Esse pequeno manual é para as pessoas que estão se sentindo muito ansiosas com todos esses acontecimentos.

Primeiramente reconheça que existem profissionais que podem te ajudar nesses momentos. Um Psicólogo passou no mínimo 5 anos estudando técnicas e ferramentas para lidar com transtornos mentais, medos fobias etc. Sem contar as especializações, cursos e supervisões para atender casos como o seu.

Em segundo lugar é preciso entender que tipos de pensamento você está tendo com relação a isso e quais emoções eles te provocam.

Comece se perguntando: o que eu estou sentindo? Nem sempre a pessoa sabe dar nome ao seu sentimento, mas você pode se perguntar quais as sensações você percebe no seu corpo?

A ansiedade pode se manifestar de diversas formas como agitação, irritabilidade, estado de alerta, não conseguir pensar em outra coisa, necessidade de ver e ouvir constantemente informações relacionados ao que te causa medo, dificuldade para realizar tarefas diárias, dificuldade para dormir etc.

Após a identificação dos pensamentos que disparam esses gatilhos acima, comece a se perguntar, do que eu tenho medo ou qual o meu maior medo?

Reconheça suas emoções e aceite as, de fato não está sendo um momento fácil para ninguém, porem as pessoas que sentem maior impacto do medo e da ansiedade são as que potencializam as adversidades. Pensar constantemente no pior vai aumentar os sintomas do seu mal-estar.

Pare de ver e assistir programas sensacionalistas e acreditar em tudo que você vê e ouve. Questione e procure apenas dados de realidade, meios oficiais e confiáveis. Fujam de informações alarmistas, evite excesso de informação, isso não o deixara mais informado apenas contribuirá para o seu nervosismo podendo levá-lo ao pânico.

Evite falar sobre esse assunto o tempo todo, siga as recomendações dos órgãos de saúde e das autoridades sanitárias, pare com os pensamentos catastróficos, não antecipe os riscos, procure profissionais para te ajudar.

Tente manter uma rotina mais saudável, ao invés de ficar na frente da televisão, leia um livro, tente meditar é uma excelente técnica para acalmar a mente, assista filmes de comedia ou romance, fale com pessoas que te transmitam tranquilidade.

Aprender a reconhecer qual o seu maior medo vai te ajudar a lidar de forma mais objetiva com a realidade. Observe se esse sentimento está te trazendo alguma mensagem. O maior medo que sentimos é o da morte, mesmo sabendo que essa é a maior certeza que nós temos. E o que acontece que não aprendemos a lidar com isso?

Gi lAraujo


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