Toda vez que me deparo com alguma notícia onde a criança é tratada como um objeto, ao invés de um ser de direitos, me sinto incomodada.

Busco na história da própria infância a justificativa para isso... Quase todos os aspectos que a envolvem são recentes... Segundo Philippe Ariès, as crianças foram consideradas por muito tempo como mini adultas, expostas a todas as questões que envolvem o mundo adulto, sendo inclusive substituídas quando um adulto julgava necessário.
 
Ainda hoje, podemos ver o reflexo disso nas relações familiares. Filhos servindo de projeções dos pais, sofrendo agressões físicas em nome de uma educação, sofrendo agressões psicológicas e chantagem emocional.
 
Não pensem que isso se restringe à famílias em situações de vulnerabilidade. O que ocorre é que essas famílias são assistidas pelos serviços sociais e essas questões podem ser detectadas mais facilmente.
 
Você já reparou que algumas pessoas tratam seus filhos de forma que não se permitiriam tratar um outro adulto? Como será que essa criança se sente? Quais os reflexos disso na vida adulta?
 
Todo adulto já foi uma criança, e como criança será que vivenciou as mesmas violências que agora reproduz? A resposta é: provavelmente sim!
 
E alguns ainda dirão: apanhei e não morri. Não morreu, mas com certeza carrega sequelas dessas vivências,
O fato é que a infância precisa ser protegida. Devemos olhar a história, nossa e da humanidade, para entender e projetar um futuro com menos violência e mais acolhimento.
 
Não compartilhe vídeos de crianças apanhando, sendo ridicularizadas, sofrendo punições agressivas de seus pais ou cuidadores. Pare em você e sejam críticos sempre que receberem: Por que esses vídeos fazem tanto sucesso?
 
Psico Vivi Pazzotti
 
 

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