Vivemos um momento inesperado, cheio de intensidades e sentimentos. Não dá para negligenciar ou simplesmente esquecer que, o sofrimento, o medo e a insegurança estiveram presentes em cada um de nós. Fomos e estamos afetados de diferentes formas. Então, surgem as perguntas: como retornar a vida “normal”? Como reassumir rotinas? E o trabalho? Voltar aos encontros familiares e aos eventos sociais? Ao ar livre e lazer? Quando? Já? Nunca? Como?
Não sabemos! Não temos uma única resposta ou a mais a correta. Entretanto, há um acordo quando qualquer uma delas traz o dilema: novos desafios.
Não dá para acreditar que encontraremos tudo como deixamos ou que nosso olhar será o mesmo para as pessoas e lugares. Não dá para ver as estatísticas e não entender que elas representam perdas, pessoas e a impotência diante de um ser invisível que venceu algumas batalhas e levaram nossos irmãos. Sim, nossos irmãos, pais, avôs, alunos, professores, ídolos ou conhecidos. Quem perdeu, busca lembranças, quem superou destaca a força, quem não contribuiu, talvez experimente a culpa e o arrependimento. O fato é: todos, mesmo aqueles que não acreditaram na gravidade do acontecimento, utilizaram recursos próprios para tentar sobreviver em um espaço coberto de incertezas.
Percebemos também, que muitas pessoas mudaram o sentido de suas vidas, algumas se adaptaram, outras perderam o emprego, o casamento. Existem aqueles que criaram novas oportunidades, se movimentaram. Tem também os que não se encontraram, paralisaram. Uns que conquistaram nos simples prazeres da vida, outros amores e até mesmo os que desistiram de viver.
Não podemos negar que as emoções ficaram expostas e muito presentes nos diversos lugares e contextos durante esse cenário. Em espaços físicos, de tensão, de sossego, de família, individuais e coletivos. No privado, no público, no virtual. Juntos, encontramos também a denúncia, o compartilhamento e o olhar para os problemas que vieram com a pandemia e para aqueles que já existiam. Marcadas em cada história, em cada sujeito, em cada singularidade, as emoções afloraram, boas e ruins, desconexas ou organizadas, ganharam espaço.
Defendo que elas sempre estiveram por aí, porém sua importância e visibilidade foram mais destacadas, principalmente no que diz respeito a: é preciso cuidar do emocional, fortalecer emocionalmente, encontrar o equilíbrio.
Eu que sempre apostei, hoje , vejo nas indicações de outros especialistas, das pesquisas científicas e do senso popular uma força para enfatizar que é que preciso dar lugar, e voz ao manifesto das emoções. Acolher de uma forma responsável e cuidadosa. É necessário falar mais sobre as questões emocionais e suas ramificações, é preciso deixar que elas apareçam para aprender organizá-las.
Somos todos humanos, em um corpo biológico, com estrutura psicológica, marcados por vivências históricas e sociais. Parece tão complexo, mas ainda é visto de uma forma simplista! Somos seres potentes, com inúmeros recursos para enfrentar adversidades da vida, mas não fomos trabalhados para utilizá-los. Acredite, nunca é tarde!
Sim, o fluxo social e os acontecimentos do tempo e espaço marcam as exigências e transformações e eles nos dizem hoje, que precisamos investir na saúde emocional, cada vez mais!
O sentimento agora é de cura, de mobilização, de cuidados, de reorganizar, de buscar um fôlego para conduzir nossas histórias de vida e projetos. É também um momento de trocas, de parcerias, de construções, de recomeço.
E você já parou para pensar o que pode encontrar? Ou melhor, o que você deseja buscar?
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