Quase todo mundo se relaciona e a maioria das relações ainda são estabelecidas por posse, manipulação e poder. Só por parte dos homens? NÃO! Mas a maioria ainda é! Inclusive porque ainda existe o senso de que os homens podem mandar e controlar as mulheres.

 

Hoje, conversando com uma amiga, falamos da violência contra homossexuais e o quanto o índice é muito maior contra homens homossexuais do que contra mulheres. Chegamos à conclusão de que é “ok” vermos mulheres de mãos dadas e se abraçando, porque muitos homens acreditam que as mulheres existem para satisfazê-los sexualmente! Tanto é verdade que, muitas vezes, homens dizem que mulheres são homossexuais porque “ainda não encontraram alguém que a comesse bem”. Outros, acreditam que duas mulheres ficam juntas na frente deles, para despertar o seu desejo sexual e até mesmo para provocá-los… inacreditável, né?

Eu também acho.

Os relatos ainda chegam aos montes!

 

Além disso, vivemos em uma sociedade que ainda é pautada pelo amor romântico. E amor romântico não é aquele amor em que a pessoa demonstra amor, afeto, carinho, faz surpresas e dá presentes. O conceito de amor romântico diz que esse tipo de amor idealiza e projeta no outro tudo o que você GOSTARIA que essa pessoa fosse.

 
A relação não existe com a pessoa real, mas aquela que inventamos de acordo com as nossas necessidades e, talvez, com os padrões que vamos criando e desejando e colocando as pessoas dentro.
 

Se formos pensar no padrão de mulheres ideais, além de termos os padrões de beleza, que por si só são uma grande violência, ainda temos os padrões de comportamentos, que muitas vezes dizem que a mulher tem que ser “assim ou assado” e que dá ao outro a sensação de exigir que a pessoa realmente seja assim…

 

Dessa maneira, as pessoas passam a cobrar que o outro esteja nesse padrão, falando que a pessoa precisa, por exemplo, emagrecer ou engordar ou ganhar músculos, ter um cabelo de um jeito ou de outro, vestir uma roupa assim e ou de outra forma… que a pessoa se comporte do jeito que ela acredita ser o melhor, que fale baixo, que se relacione de maneira monogâmica (que não é um problema, desde que seja combinado pelo casal de maneira consciente, porque, por mais difícill que pareça, a monogamia não é algo natural nem de longe), que não tenha amizades com outros homens/mulheres, não dance de tal maneira, entre outras várias cobranças que representam poder e posse!

 

Como a nossa cultura vem pregando esses padrões há muito tempo, isso tudo acaba alimentando relações abusivas, tóxicas, incompletas e ainda a crença de que “relacionamento é assim mesmo!”. E pode ser. mas relacionamento não é só assim. Conheço casais que se respeitam e se apoiam muito.

 

Porém, ainda pensando na cultura, podemos perceber o quanto ainda é cobrado que as mulheres tenham um par e isso faz com que muitas de nós acabemos aceitado muitos abusos e violência (apenas) para não ficarmos sós.

Esse padrão que define que mulher precisa de um homem para ser feliz, alimenta a dependência emocional, que alimenta os abusos, que alimenta ainda mais a violência.
 

Dentro disso, nasce um ciclo de autodepreciação, autocobrança, insatisfação, afastamento de si mesma, dos amigos, da família, dos seus sonhos e desejos, simplesmente para ter a aprovação e validação da sociedade, que muitas vezes são as pessoas que vivem mais próximas de nós!

 

Esse ciclo todo precisa ser quebrado.

 

Os relacionamentos estão se transformando e precisamos nos transformar junto com eles. Hoje e, daqui pra frente, as pessoas irão se relacionar muito mais baseadas em afinidades, em bem estar, em parceria. Já entendemos que não existe metade da laranja e que somos uma laranja inteira e para isso precisamos nos conhecer e alimentar, sim, os nossos sonhos e desejos para não entrarmos e permanecermos nessas relações de dependência e abuso!

 

O que você acha disso tudo?

 

Vamos juntas!

Giulianna Ruiz

Desenvolvimento Emocional para Mulheres

Atendimento Online


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