Na tragédia grega, “Édipo Rei”, o protagonista título vai ao oráculo (um adivinho da época), que lhe faz a seguinte revelação: seu destino lhe reservaria o assassinato de seu pai e a tomada de sua mãe como esposa. Desesperado Édipo foge da cidade, acaba por encontrar uma caravana, transtornado, Édipo mata à todos seu viajantes. Chega à outra cidade onde se casa com a rainha, tornando-se rei. Por fim, após muitos anos, Édipo descobre que fora filho adotivo, e que matara a seu legítimo pai, o rei, na ocasião da caravana, e se casara com sua mãe, a rainha. Por fim, o oráculo estava certo, Édipo cumprira seu destino.

Nos deparamos com um interessante paradoxo: ao tentar fugir de seu destino, Édipo acaba por ir ao seu encontro.
Embora a tragédia de Édipo tenha mais de dois milênios, pode-se dizer que ainda é contemporânea. E tal como o exemplo de nosso herói, se continua fugindo do destino, ou então, quando se tem algum poder, cortando a cabeça do oráculo, crente de que se não estiver vendo, estará a salvo.


Quem não conhece alguém que vive trocando de emprego e, não importando a empresa ou a função, a pessoa sempre acaba insatisfeita como no primeiro compromisso profissional? Ou alguém que vive trocando de pareceiro(a) sempre pelas mesmas razões?
Na medida em que não compreendemos nossos verdadeiros desejos, motivações, frustrações, medos, etc. nos tornamos vítimas fáceis de um destino que se repete impiedosamente.

“Tudo aquilo que não enfrentamos em vida acaba se tornando o nosso destino” (Jung)


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