Memento Mori

Na Roma Antiga quando um general voltava vitorioso, era recebido em festa na cidade. Ao seu lado um soldado falava a todo tempo "Memento Mori", traduzindo, lembre-se que você é mortal. Uma das grandes lições que a filosofia estoica me trouxe.
A morte é um dos ciclos de nossa vida, mas parece que vivemos muito distante desse assunto. E não é de hoje, veja que mesmo antes de Cristo os homens precisavam ser lembrados que tudo é temporário.
A pandemia escancarou essa realidade de forma brusca e exagera. Pessoas morrem todos os dias, mas talvez nossa geração nunca tenha vivido isso com tantos números todos os dias.
Parece contraditório falar disso agora, mas lembrar da nossa finitude
(de forma sadia), ao contrário do que se pensa, serve para vivermos melhor. Viver o presente com a intensidade que ele merece. Estar presente em cada ato, gesto.
É desligar do trabalho na hora certa, se conectar com os filhos, com os pais, namorado (a) ou até seu animal de estimação!
Minha filha me pede com frequência para que nossa calopsita não morra (já perdemos uma) e eu digo que não posso prometer isso, mas que posso ensiná-la a se dedicar com todo amor no tempo em que estiver com nosso Nestor.
Porque tempo dedicado aos nossos, com afeto e qualidade, não será garantia de menos dor quando eles partirem, mas será garantia de menos arrependimento por não ter feito.
Nós nunca saberemos quando vai acontecer, então não deixe abraços (quando for possível, claro!), beijos ou um 'eu te amo' pra trás. Nós nunca sequer imaginamos o isolamento social, e cá estamos distantes uns dos outros... sem saber quando poderemos aglomerar em festa novamente!
O luto na partida de um ente querido é inevitável... mas podemos nos lembrar que nosso tempo é finito e que ficará guardado os risos, beijos, abraços, lágrimas... aquilo que fomos uns para os outros.
Continue se cuidando usando máscara, mantendo o distanciamento social e álcool gel. Para que possamos colecionar muitos abraços no futuro.

Psico Vivi Pazzotti

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