No nosso dia a dia costumamos "ouvir" as pessoas e não "escutá-las". Quando encontramos alguém perguntamos "tudo bem?" e já esperamos a resposta "tudo". Se a pessoa começa a falar de algum problema pelo qual está passando, geralmente só a ouvimos e respondemos: "Que pena. Espero que tudo fique bem." E pronto, acabou o diálogo.

 

Vamos pensar na diferença entre ouvir e escutar:

- Ouvir - A pessoa ouve apenas. Está relacionado com a expressão: “entrou por um lado e saiu pelo outro”.

- Escutar é mais que ouvir. A pessoa tem que prestar atenção ao assunto, perceber o que foi dito, sentir as palavras, opinar, levar em consideração, em alguns casos, agir. 

 

Como seria "escutar" no exemplo que dei no início do texto:

Encontramos alguém e perguntamos "tudo bem?" e a pessoa começa a falar que está procurando uma recolocação e que o mercado está difícil. Ao invés de você falar automaticamente: "Vai dar tudo certo. Você vai conseguir algo." você pensa no que ouviu e começa a perguntar mais, a opinar, cria um diálogo em que há total interesse naquela situação. Nessas interações, não é raro, que a pessoa que traz o problema saia da conversa com alguma ideia nova, com uma perspectiva diferente.

Escutar é ter real interesse no ser humano e no que ele traz de conteúdo.

 

Nesse momento você pode pensar que na teoria funciona, mas na prática.... E eu te digo que convivi com uma pessoa que perguntava sobre o outro com real interesse. Muitas vezes presenciei essa pessoa ajudando outros, seja conversando, indicando leitura e filmes, sugerindo profissionais ou, até mesmo agindo em alguns casos. Eu ainda não sou assim, mas tenho me exercitado para chegar lá.

 

Precisamos escutar mais e sermos escutados, precisamos modificar nossos relacionamentos, precisamos ajudar uns aos outros.


Ver mais artigos publicados por Cristina Ratnieks


Conteúdo relacionado