"Bendito o Fruto do Vosso Coração" - Gestação Gerada no Coração/Sobre Adoção

Existe uma gestação que não acontece na barriga, no ventre, e sim em outro orgão do corpo: O Coração. O desejo de se tornar mãe ou pai, se ter um filho vai muito além do contexto biológico, é onde aí que surge o termo:"Filho do Coração". Existem vários motivos pelo quais se decide ter um filho pela adoção: Esterelidade de um ou ambos os cônjuges, idade avançada, impossibilidade de se levar adiante uma gestação, estar solteiro, fazer parte de um casal homossexual ou ainda por opção pessoal. Essa gestação é tão linda quanto outra gestação biológica, é como se fosse uma sementinha que foi plantada no Coração e à espera dessa germinação é tão desejada, que também podem causar angústias e conflitos internos; como a idealização de uma criança: conflito entre "Criança Idealizada X Criança Real."O processo de adoção pode durar anos e pelo motivo do tempo de espera ser bastante longo, desde o cadastro, habilitação, entrevistas, cursos e por questões burocráticas do próprio processo, cria-se um movimento interno emocional  que pode vir a causar sentimentos conflituosos como: ansiedade, estresse, medos, inseguranças, tristeza e misturados a outros problemas pessoais podem ocorrer em alguns casos até depressão. Uma parte ou alguns dos pretendentes à adoção se preparam previamente para a chegada do novo integrante da família, seu filho ou filha, arrumam o quarto, já compram roupinhas, sapatinhos e itens que compõem o Universo do Bebê ou da criança. Junto a este mix de coisas, tem a questão social, o apoio e/ou a aceitação por parte do seu grupo de convívio e aí surge a questão: "Contar ou não à família e amigos e às pessoas mais próximas"?  Alguns ficam receiosos em falar à respeito do assunto devido a não compreensão e entedimento por parte de certas pessoas,  podendo ocorrer em alguns casos até questionamentos do porquê daquela escolha. Existem muitos pretendentes à adoção, mais do que crianças aptas à adoção, e a conta nunca fecha, porque além da morosidade da justiça em encaminhar mais brevemente as crianças à adoção, onde as mesmas vão crescendo dentro de um abrigo, existe a situação de que a grande maioria dos pretendentes, quando no preenchimento do cadastro, colocam muitas restrições na escolha do perfil da criança e ainda a maioria tem a intenção de adotar bebês ou crianças até uns 03 anos de idade. Assim as crianças com mais idade vão ficando nos abrigos e ainda pode existir um outro fator que vêm também a influenciar; que é o caso de irmãos. Quando se tem irmãos, a dificuldade aumenta, pois primeiramente são poucos os casos do desejo da chamada "Adoção Tardia" e ainda quando se têm irmãos, fica mais dificíl ainda o interesse por essas crianças. Bem, independente da decisão tomada, existem muitas crianças necessitando de amor, carinho e do aconchego de um lar e o mais importante, a convivência calorosa de uma familia. A "Adoção" é um "Encontro Maravilhoso", onde existe o aprender constante e o Amor Puro, na sua essência; é o acolhimento no olhar, na palavra, no toque, no abraço, é uma intensidade de sentimentos que afloram no conhecimento ou reconhecimento daquele pequeno, grande "ser", um amor intenso, uma experiência de vida indescritível, que é a própria experiência de se tornar "Pais", pai ou mãe, um amor que é reparador de dores e abandono. É claro que existem desafios durante todo processo, e é preciso paciência, resiliência e perseverança, inclusive no pós adoção; pois existe lógicamente um período de adaptação e mesmo porque qualquer criança necessita ser educada e a educação exige um trabalho árduo diário, mas nada que possa ser superado com muito amor. O trabalho de um profissional da àrea da Psicologia vem de encontro com as necessidades de apoio e acompanhamento em todo o processo, desde a tomada de decisão em se fazer o cadastro, o entrar na fila de Adoção, habilitação, à longa espera, a tão esperada chegada do filho(a), suas emoções envolvidas; bem como auxiliar nas suas inseguranças e conflitos; também orientar em toda fase de adaptação e na questão de "quando" e "como" introduzir a palavra "Adoção" na vida daquela Criança; como contar à criança que ela é adotada. Também trata-se de questões relacionadas à "socialização" da criança, que é de suma importância para sua "auto aceitação", sua auto estima, adaptação escolar e convívio familiar, bem como interação com outras crianças. Pais e filhos sendo acompanhados, auxiliados e apoiados, torna a caminhada mais leve e mais tranquila, para assim se buscar o objetivo de uma vida equilibrada, saudável e feliz.


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