Quando a paz do outro gera irritação em mim

Vi um vídeo da Ingrid de Guimarães onde ela fala sobre não conseguir ter paz para meditar e pede para as pessoas pararem de esfregar a sua superioridade na cara dela. *

É claro que eu ri muito, né! Porque, quem nunca se irritou vendo alguém com equilíbrio emocional, enquanto seu mundo interno estava desmoronando? Ela só falou o que a maioria sente. Sendo a atriz incrível que ela é, nos deu até licença poética pra rir desses seres que se auto intitulam “de luz” rs. *

Claro que eu já senti isso. Vez e quando sinto. Da vontade de assanhar o cabelo da pessoa que está montada na paz. Então vem alguém e joga esse desejo no ventilador. Ah... Que delícia. Como é bom rir disso.
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Só que espera um pouco. É natural a gente se sentir assim. Mas esse sentimento é nosso. Quem tem que olhar pra isso somos nós. Se eu me sinto sem paz, não tenho o direito de pedir que as pessoas parem de demonstrar essa paz (mesmo que seja fake) só porque eu não a tenho em mim nesse momento. Cada um tem seus processos.
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O que eu vejo? Toda vez que essa irritação surge em mim, é sinal de que estou sentindo uma coisinha chamada inveja. Duro a gente querer admitir isso. Mas o que é a inveja? É uma reação emocional natural que surge quando a gente sente que não tem recursos suficientes para lidar com a nossa própria vida e enxerga esses recursos nos outros. A inveja é o desejo de ter o que o outro tem sem querer admitir isso.
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Se eu não vejo a minha inveja, não posso transmutar isso. Vou continuar querendo que o mundo pare só pra eu não me irritar. Agora perdeu a graça, né? Pois é.
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É fato que ninguém nesse mundo é perfeito (apesar de aparentar isso). É fato que cada um tem seus perrengues. É fato que nem todo mundo mostra suas dificuldades. É fato que existem pessoas com mais paz interior do que eu e você juntos.
E é fato que olhar para o movimento do outro faz eu olhar para o meu movimento. Por isso, somos seres sociais. Para aprendermos uns com os outros. Só que precisamos de uma boa dose de humildade e paciência para reconhecer isso. *

Tudo bem, se você não quer ajuda. Tudo bem, se você quer ficar nesse estado de irritação. Você tem esse direito. Chore ou se permita rir para os incômodos. Porém, é aquela venha história, meu direito termina onde começa o direito do outro. Não exija tanto de você e não exija tanto do outro. Vai no seu ritmo.
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Muita paz pra você tá

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