O casamento como instituição transformou-se ao longo da História, de preservação do patrimônio à união dos espíritos, reverberando inclusive na legislação, aparentemente liberal do início do século XXI. O ideal romântico, associando o amor ao casamento, como condição de felizes para sempre aparece no século XX.Outrora a função do casamento era a procriação, depois passou a ser um meio de se alcançar status, posicionamento social, a partir do Romantismo surgiu o casamento por amor e hoje, em consequência dos avanços nos meios de comunicação, da tecnologia, das questões de gênero, da globalização, da biotecnologia, a família também se transformou, as uniões, legalizadas juridicamente ou não, continuam valorizando o afeto, o amor, entretanto, a estrutura alterou-se.O casamento era um contrato que oficializava alianças, garantia o direito de herança e protegia as mulheres, uma vez que normas eram estabelecidas: do comportamento sexual, de interesses econômicos e de esferas de poder. Quem escolhia o cônjuge eram os pais ou uma autoridade da família. O ambiente era viável para criação de filhos, entretanto, prazer e felicidade não faziam parte do contrato, sua função era social.

Diferentes modelos de relacionamentos conjugais

       Nos últimos milênios, a experiência amorosa no casamento se modificou e se repetiu por diversos fatores: econômicos, culturais, sociais, entre outros. O percurso humano é marcado por embates e repetições de modelos que auxiliam na transformação da concepção dos sujeitos acerca desta instituição chamada matrimônio e de sua funcionalidade.
O status da pessoa muda com o casamento, ela deixa de ser uma para se tornarem duas pessoas unidas para viverem juntas e formarem uma família. Por mais que se conheçam antes do casamento, esses indivíduos ainda assim serão estranhos, entretanto, com uma meta em comum: a possibilidade e a vontade de desfrutarem a vida a dois com seus filhos e prosseguir com seu desenvolvimento.
Atualmente, as relações de casal assumem diversas formas e podem ser caracterizadas como uma relação afetiva com intimidade e relacionamento sexual. Os relacionamentos conjugais podem se apresentar de diferentes maneiras: morarem juntos em uma mesma casa, ou não; serem heterossexuais ou homossexuais, ter um filho, mais de um, ou nenhum.

       A cultura modela nosso comportamento e a forma como amamos e praticamos sexo é construída socialmente. Casamento é a escolha de dois adultos para permanecerem em uma relação estável com responsabilidades mútuas em que um dá suporte ao outro nas necessidades sociais, afetivas e sexuais.

O processo casamento

       O casamento é um processo, não uma instituição ou uma estrutura. Na verdade, uma série de processos, sem destino certo, mas que podem ser conduzidos e muito bem definidos, tais como: o processo da intimidade física; sexual; afetiva; em alguns casos, da procriação; da partilha da responsabilidade econômica e, dos afazeres da casa (ROGERS, 1987).

 

Mudanças no mundo refletem no relacionamento conjugal

       Essa época de grandes mudanças reflete nos relacionamentos conjugais em forma de dúvidas, insatisfações. Casar implica assumir compromissos, negociações de dinheiro, carreiras, liberdade, vida social, tarefas domésticas, educação de filhos, fidelidade e, ainda, compromisso legal e/ou religioso.

       Antigamente casar era bem diferente, geralmente as famílias juntavam os pares para unir os negócios, portanto, envolvia dinheiro e poder e não amor. Hoje em dia, o casal se escolhe por amor, pelo desejo, pelos projetos em comum, por gostarem da companhia um do outro, o que pode aumentar as expectativas para o encontro da pessoa que vai nos agregar.

 

 

Marcelo Souza

Especialista em Terapia de casal e família pelo ITFSP - Instituto de Terapia Familiar de São Paulo 

Sócio Titular da APTF - Associação Paulista de Terapia Familiar 

E-mail: contato.psico.marcelo@gmail.com

Ao amor como motor e fio condutor sempre! :-)


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