"Eu sei que vou te amar 

Por toda minha vida

Vou te amar 

Em cada despedida eu vou te amar

Desesperadamente

Eu sei que vou amar

E cada verso meu será pra te dizer

Que eu sei que vou te amar por toda a minha vida"

 

Esse lindo verso de Vinicius de Moraes representa as juras de amor comuns entre um casal apaixonado, a “fase do primeiro amor”, cheia de suspiros, saudades e êxtase. Estar com o outro é um presente aproveitado lentamente. E estar distante, uma angustia contagem de cada segundo para o novo encontro. No entanto, apesar de linda, essa costuma ser uma FASE, período que perdura um tempo e que vai se modificando a termo que a relação também se transforma. Mais não há motivos para pânico, a fase posterior não é ruim, só diferente da inicial. Torna a relação mais profunda e realista, trazendo alguns desafios para o convívio do casal, pois quando há dificuldade na adaptação, os conflitos ficam recorrentes, gerando desconforto e angustia. Situação que se perdurar é capaz de impedir que o relacionamento se solidifique.

Agora suponha viver esse desafio em meio ao isolamento social em decorrência de um vírus mortal. Parece roteiro de filme hollywoodiano, mais neste momento, representa a realidade mundial.

Além dos cuidados necessários com a higiene, o maior combatente ao novo corona vírus é a reclusão, medida que nos obriga a sair minimamente de casa e ter muito pouco contato com outros indivíduos.

Por amor, um casal opta por unir sua vida, ainda assim, lidar com pensamentos, culturas, vontades e crenças das mais variadas, exige estratégias para que a convivência seja harmônica. Para isto a gentiliza na comunicação tende a ser uma técnica interessante, e cada vez mais utilizada nos consultórios de psicoterapia.

A comunicação não-violenta (CVN), termo que engloba uma série de ferramentas de linguagem, busca atender de forma compassiva as necessidades dos indivíduos envolvidos naquela discussão. A medida que entendo o que estou sentindo e pensando, com calma e gentileza consigo levar isso para o outro. E em contrapartida, ouvir também as necessidades que ele trás.

Sempre que perceber uma tensão no ar, tire alguns minutos, respire, organize o que se passa em sua mente, como quem arruma um guarda-roupa bagunçado. Peça um tempo ao outro, se for necessário. Depois com calma, explique de forma gentil o que se passou com você e o que entendeu do que o outro te comunicou.

Parece simples, mais é uma tática poderosa que poderá manter permanente a “fase do primeiro amor”.

Experimente, pois agir com gentiliza certamente lhe trará bem estar.

 

Paz e bem.

 

Júlia Godoi Ivo

Psicóloga

06/119840


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