Motivos Para Casar 

       Pode-se entender o casamento como a forma mais elementar de o ser humano se sentir acompanhado, acolhido e pertencente a alguém. Assim, uma boa conclusão seria a de que o casamento foi criado para atender às necessidades básicas humanas, ou seja, as de sobrevivência, tarefas compartilhadas, lazer e proteção, entre outras. A solidão, para muitos, é aterrorizante, interpretada como exclusão, abandono e menos-valia, e, com o casamento esses sentimentos não existiriam.

       Destarte, o casamento, para o ocidente, também é interpretado como instrumento de libertação e de felicidade, entretanto, ao investir no cônjuge como responsável por realizar os sonhos de quem investe no casamento e suprir suas carências, podem surgir problemas quando as promessas de fazer o outro feliz são incompatíveis com os sonhos desse outro.

       Atualmente, casamento por necessidade não combina. Modelos arcaicos de casamentos ainda persistem por causa de condicionamentos culturais arraigados, até o limite da saturação.

       Necessidades psicológicas também fazem com que pessoas continuem juntas, mesmo não estando confortáveis, pelo medo de se perceberem sozinhas, remetendo-as às experiências de vivenciar o desamparo da condição humana, ou seja, da subjetividade de sensações relembradas do momento do nascimento, quando do ápice do desespero associado ao medo de nos sentirmos desprotegidos e sem referências.

       Tudo isso, graças ao nosso sistema repressivo repleto de ingredientes religiosos com ameaças de castigos para condutas não aceitas, somado a mecanismos psicológicos vasto de represálias afetivas.

       Em relação a escolha do parceiro, geralmente considera-se, conscientemente, a anatomia (tipo físico), o temperamento, o humor e comportamentos e, inconscientemente, nossas vivências emocionais, sentimentais e, nossa condição psicológica. A junção de todas essas motivações concretiza-se no outro para que ele corresponda a essas preferências.

        Não existe uma pessoa certa para outra, não existem regras, cada pessoa é uma, com anseios, desejos, experiências e interpretações diferentes

       Os comportamentos amorosos humanos variam, não tem como encontrar uma forma universal de amor. Mesmo quando as relações estáveis se tornam tediosas, com tantas regras a seguir, tantas concessões a fazer, poucos tentam novos caminhos, o conhecido, gera segurança.

Pessoas se relacionam muito mais pela segurança do que pelo prazer da companhia do outro. A dependência entre o casal é encarada por todos com naturalidade porque se confunde com amor.

       As dificuldades do casal podem estar relacionadas à baixa autoestima e à perda do sentido e objetivo da relação. Talvez fosse bom o casal descobrir como perceber o outro sem idealização e de se relacionar pelo prazer de estar perto, não fazendo atribuições descabidas a ele.

 

Marcelo Souza

Especialista em Terapia de casal e família pelo ITFSP - Instituto de Terapia Familiar de São Paulo 

Sócio Titular da APTF - Associação Paulista de Terapia Familiar 

E-mail: contato.psico.marcelo@gmail.com

Ao amor como motor e fio condutor sempre! :-)

 


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