A depressão é um transtorno do humor com dados epidemiológicos distribuídos por faixa etária: infância, adolescência e senectude se não tratada corretamente, pode perdurar por muito tempo, com prejuízos a vida dos pacientes.
A depressão, vem do latim e da união de dois radicais: depressio e onis, que agrega a palavra depressun no qual o sentido é baixo. A psicanálise tem explanado sobre a etiologia dos quadros depressivos e se percebe a prevenção em episódio de suicídio da depressão (GABBARD, 1998).

MELANIE KLEIN (1996) agregou a depressão à perda do objeto amado. Os estados maníaco-depressivos podem ser reflexos da falha da infância em estabelecer objetos internos bons.
A depressão provoca sentimentos de tristeza, sensação de vazio, desesperança, pensamentos de punição, desamparo, culpa, sem estímulos para atividades externas. Se observarmos em nível corporal, identificamos um grande cansaço, insônia, anorexia, diminuição da puslão sexual.

O que torna as pessoas depressivas?

Na contemporaneidade, vivemos em uma constante desestabilidade de valores morais, éticos, sociais... do que é "certo e o errado" essa questão faz parte de uma complexidade interna e externa do individuo.
A depressão inicialmente foi falada pelos filósofos, como uma expressão de um mal funcionamento orgânico, denunciava um mal estar da “alma”. Com o aparecimento da psicologia, novos olhares direcionaram este conceito como "conflito intersistemico", fusão da representação do self.  Varios são os psicanalistas que repensaram esse conceito, desde a Escola Kleiniana nos mostra de “posição depressiva” no desenvolvimento do individuo, Escola Lacaniana direciona todo para a dificuldade de elaboração da angustia de castração, e assim outros psicanalistas colaboraram e colaboram com seu “olhar” sobre a depressão.

A Prevenção da Depressão na Visão Psicanalítica

FREUD (1917) estabeleceu uma diferença entre luto e depressão melancólica. A perda real de um objeto refere-se ao luto. Na melancolia o objeto perdido é mais emocional que real. Além disso, segundo o autor, o paciente melancólico sente uma profunda perda de auto-estima, acompanhada de auto-acusação e culpa, enquanto que, a pessoa de luto mantém um senso de auto-estima razoavelmente estável.Ainda de acordo com FREUD (1917) o quadro de depressão melancólica tem relação com a autodepreciação, estado em que os pacientes depressivos tendem a sentir raiva de si mesmos.

FREUD (1923) acrescentou que os pacientes melancólicos tem um superego severo por relacionar a própria culpa em direção aos objetos amados. Assim, manter a dinâmica da depressão supõe ao sujeito que a instância do ego poderia matar a si próprio apenas tratando-se como um objeto. Isso implica no fato de o suicídio resultar no deslocamento de desejos destrutivos em relação a um objeto internalizado que é dirigido contra o self.


Referência
FREUD, S. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Edição standard brasileira.Volume XVII (1917-1919). Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FREUD, S. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Edição standard brasileira.Volume XIX (1923-1925). Rio de Janeiro: Imago, 1996.
KLEIN, M. Amor, culpa e reparação: e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1996


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